No Brasil verifica-se que a idade à primeira cria ocorre usualmente por volta de 36 meses. Alguns criadores utilizam como critério de descarte a ocorrência tardia do primeiro parto, alguns por critério econômico (mantendo outra fêmea com cria no lugar) e também por acreditar ser este um indicativo de subfertilidade.

Em algumas situações, porém, animais com primeiro parto mais tardio são mantidos nos rebanhos, principalmente quando descendentes de animais de elevada produção, ou em situações na dificuldade de reposição de fêmeas.

A fim de verificar o comportamento reprodutivo posterior ao primeiro parto naqueles animais que apresentaram primeiro parto mais tardio, fizemos em 2013 uma revisão em nossa base de dados envolvendo propriedades em São Paulo, região com marcada estacionalidade reprodutiva e no Ceará, menos sujeito à estacionalidade reprodutiva em função de condições climática e observamos o seguinte:

Intervalo interparto de fêmeas com mais de uma cria com primeiro parto até 36-38 meses:
(São Paulo) 704 animais: 440,02 dias +- 92,29 (*)
(Ceará) 498 animais: 433,49 dias +- 70,82 (*)

Intervalo interparto de fêmeas com primeiro parto acima de 44 meses
(São Paulo) 153 animais: 433,77 dias +- 106,1 (*)
(Ceará) 30 animais: 425,6 dias +- 70,45 (*)
Geral: 183 animais: 432,43 dias + 101,08 (*)

(*) diferenças estatisticamente não significativas

Não se verificou, pois, em nenhum dos grupos, diferenças estatisticamente significativas o que sugere que a idade ao primeiro parto não parece ser um parâmetro eficiente de avaliação de subfertilidade.

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